As aulas coletivas estão se reinventando: mais personalizadas, tecnológicas e centradas na construção de comunidade, elas seguem como uma das principais forças do fitness
Por Cida Conti, colunista Fitness Brasil
2/9/2025
As aulas coletivas sempre ocuparam um lugar especial no universo fitness. Foram elas que aproximaram milhões de pessoas da atividade física, transformando o exercício em algo divertido, social e, muitas vezes, viciante. Do step ao spinning, passando pelas coreografias dançantes ou pelos treinos de alta intensidade, sempre houve ali uma combinação única de energia compartilhada e pertencimento. Mas o cenário mudou — e continua mudando. Assim como o mercado foi impactado pela ascensão dos studios boutique, as atividades coletivas também estão vivendo uma revolução silenciosa.
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Hoje, não basta mais colocar dezenas de pessoas em uma sala e guiá-las por uma sequência de movimentos. O aluno contemporâneo quer mais: quer viver uma experiência, quer se sentir visto e reconhecido dentro do coletivo. A personalização entrou em cena, e com ela surgiu um novo formato de aula. Graças ao monitoramento em tempo real de frequência cardíaca, gasto calórico e intensidade, cada participante pode viver uma jornada individual, mesmo estando cercado de outras pessoas. O professor, por sua vez, ganha ferramentas para ajustar estímulos, desafiar cada um no seu limite e criar uma sensação de exclusividade que, no passado, só era possível em treinos personalizados.

Comunidade como fator de permanência
Outro aspecto que se tornou determinante para o sucesso das aulas coletivas é a construção de comunidade. Não é exagero dizer que quem cria laços dentro de uma turma permanece muito mais tempo no treino. O senso de pertencimento faz com que o aluno não enxergue apenas a academia ou o studio, mas um grupo de pessoas com quem compartilha conquistas, desafios e até celebrações. É essa atmosfera de amizade e apoio que explica por que tantas pessoas se apaixonam pelas aulas coletivas e permanecem nelas por anos.
Tecnologia como aliada do professor
A tecnologia também trouxe uma nova camada de motivação. Plataformas de gamificação, rankings de desempenho e desafios periódicos transformam treinos em jornadas. Ver seu nome em uma tela, disputar calorias queimadas com colegas ou bater metas pessoais deixa a experiência mais divertida e engajante. E aqui cabe destacar: a tecnologia não substitui o professor, ao contrário, fortalece o seu papel. O carisma, a didática e a capacidade de conduzir um grupo continuam sendo insubstituíveis. O que mudou é que agora o professor tem ferramentas que potencializam sua atuação, permitindo que seja mais do que um instrutor: ele se torna um mentor de experiências.

O futuro: tradição e inovação de mãos dadas
O futuro aponta para uma combinação equilibrada entre tradição e inovação. Aulas coletivas seguem sendo a alma pulsante do fitness, mas ganham novas roupagens. Sessões mais curtas e intensas, formatos híbridos que combinam presencial e digital, aulas de força em grupo, narrativas envolventes que transformam um treino em uma história — tudo isso já faz parte dessa nova fase. O coletivo não perdeu sua essência; apenas se adaptou às expectativas de um consumidor mais exigente, conectado e em busca de propósito.
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Um espaço de encontro e reinvenção
As aulas coletivas provaram não apenas sua resiliência, mas também sua capacidade de se reinventar. Continuam sendo um espaço de encontro, motivação e pertencimento, mas agora com um nível de personalização e tecnologia que as torna ainda mais relevantes. Para os gestores, professores e empreendedores, fica o recado: apostar em experiências coletivas bem estruturadas, humanas e inovadoras é investir no futuro do fitness.
Cida Conti é especialista em atividades coletivas, com mais de 40 anos de atuação no fitness. CEO do Studio The Flame, Diretora Executiva da Radical Fitness, Presenter internacional em 26 países
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