Gestão do tempo e bem-estar: o maior desafio da liderança nas academias e no mercado fitness

Mais do que produtividade, saber gerenciar as horas é uma competência estratégica que impulsiona o bem-estar, previne o burnout e fortalece o desempenho

Por Flávia Brunoro, colunista Fitness Brasil
11/7/2025

A gestão do tempo é um grande desafio para a performance de qualquer negócio. No segmento de academias, essa questão é ainda mais crucial, tornando-se um verdadeiro obstáculo para o bom desempenho. Mas este texto propõe uma reflexão mais profunda: a gestão do tempo como um mecanismo para promover o bem-estar pessoal e profissional, especialmente para a liderança.

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A natureza multifacetada do papel dos líderes do setor de Fitness é um dos pontos principais a ser analisada. Na maioria dos casos, além de gestores, eles precisam atuar como:

Especialistas Técnicos: garantindo a qualidade das aulas, a atualização de treinos, o desenvolvimento de novos programas.
Gestores de Pessoas: liderando, motivando, recrutando, lidando com conflitos e dando feedbacks para a equipe.
Atendimento ao Cliente: interagindo diretamente com alunos e resolvendo problemas.
Administradores: gerenciando rotinas, orçamentos e relatórios.
Estrategistas: atualizando-se sobre concorrentes e tendências, inovando e sugerindo mudanças.

Essa diversidade de funções leva a interrupções constantes e dificulta o foco em uma única tarefa, tornando a gestão do tempo essencial para esses líderes.

Diversos fatores contribuem para essa dificuldade: demandas inesperadas (como equipamentos que param, alunos insatisfeitos, ausência de professores), falta de clareza de prioridades (levando a “apagar incêndios” em vez de focar no estratégico), dificuldade em delegar (por perfeccionismo ou insegurança da equipe), excesso de reuniões e burocracia, e a dinâmica do setor que opera em tempo integral, incluindo fins de semana e feriados.

Além disso, muitos líderes também atuam como Personal Trainers, adicionando atendimentos individuais à rotina diária.

Segundo a Dra. Christina Maslach, especialista em burnout ocupacional, a gestão do tempo é crucial na saúde mental e no bem estar, ajudando a gerir a carga de trabalho, definir limites e priorizar tarefas.

Segundo ela, a boa gestão do tempo pode ser uma ferramenta de prevenção do burnout. Algumas estratégias eficazes incluem:

Planejamento: Organizar as tarefas, definir prioridades e criar um cronograma realista ajuda a evitar a sensação de sobrecarga e a manter o foco nas atividades mais importantes.
Estabelecimento de limites: É importante definir horários para começar e terminar o trabalho, além de reservar tempo para descanso e lazer.
Momentos de Reflexão Estratégica: Reservar tempo para pensar no futuro e inovar.
Técnicas de gerenciamento: Existem diversas técnicas de gestão do tempo que podem ser úteis, como a técnica Pomodoro, a matriz de Eisenhower e o método GTD (Getting Things Done).
Comunicação Assertiva: Aprender a dizer “não”, negociar prazos ou até mesmo comunicar-se com a liderança e colegas sobre a carga de trabalho e buscar apoio quando necessário.

Com essas ações, a empresa pode otimizar recursos, potencializar a qualidade do serviço, aumentar a retenção de alunos e, principalmente, criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Aqueles que aprimorarem a gestão do tempo terão benefícios significativos no bem-estar: redução do estresse e burnout, aumento da satisfação profissional, maior clareza mental e capacidade de focar no seu desenvolvimento.

Mais do que uma questão de produtividade, a gestão do tempo é uma competência estratégica que impulsiona o sucesso e o bem-estar de toda a empresa.

Flávia Brunoro é psicóloga e Administradora de Empresas. Diretora de Pessoas e Operações da Rede Competition. Especialista e apaixonada pelo desenvolvimento de pessoas