Quando o discurso não bate com a prática, o time percebe — e o aluno sente. Esse descompasso é um dos maiores inimigos do engajamento nas academias
Por Cris Santos, colunista Fitness Brasil
31/7/2025
Você já deve ter visto quadros bonitos com missão, visão e valores pendurados na recepção da academia. Eles fazem parte de uma identidade institucional que, na teoria, deveria guiar comportamentos e decisões do dia a dia. Mas será que guiam mesmo?
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No setor fitness, o que realmente vendemos não é só treino, nem plano mensal: é cultura. É o jeito como tratamos o aluno que chegou desanimado. É a forma como nos posicionamos quando o salão está cheio. É a energia que o time transmite mesmo em dias difíceis. Isso tudo comunica — e muito.

A cultura que se vive é a que engaja
Cultura não é discurso, é prática cotidiana. Quando o que está escrito nos murais é diferente do que se vive nos bastidores, o time percebe. E mais: o aluno também sente. Esse descompasso entre o que se diz e o que se faz é um dos maiores sabotadores do engajamento nas academias.
Por isso, líderes do setor precisam parar de buscar fórmulas mágicas de motivação e começar a construir ambientes onde as pessoas sintam que fazem parte de algo maior. Isso é muito mais potente do que discursos motivacionais esporádicos ou bônus pontuais.
A motivação vem do pertencimento
Gente engajada não precisa ser empurrada. Ela se move porque se sente incluída, respeitada e reconhecida. Queremos que nossos profissionais sejam proativos, acolhedores, comprometidos — mas estamos oferecendo condições reais para isso?
Não se trata apenas de treinamentos técnicos, mas de criar uma cultura onde:
- O feedback é constante e respeitoso;
- A escuta é ativa e real;
- Os valores são vividos no atendimento, na recepção, no vestiário, no comercial;
- O time sabe o “porquê” de tudo que faz — e não só o “como”.
Um convite à coerência
O verdadeiro desafio das academias não é motivar. É alinhar discurso e prática. É tornar a cultura visível nas atitudes do dia a dia, na linguagem dos líderes, nas pequenas decisões. E isso exige intencionalidade, consistência e liderança de verdade.
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Talvez você esteja pensando: “Mas isso dá trabalho!”. E sim, dá mesmo. Mas dá muito mais trabalho (e custo) lidar com um time desmotivado, com alta rotatividade e alunos insatisfeitos.
Se cultura é comportamento, então a pergunta que fica é: o que a sua academia está ensinando todo dia, mesmo sem dizer uma palavra?
Recado para líderes e gestores de gente no fitness!
Cris Santos é CEO da BrainFit Consultoria de Carreira & Negócios, com foco em pessoas e resultados, headhunter, especialista em desenvolvimento humano, carreira e liderança; mentoria B2B e B2C. Instagram @crissantosrh
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