Conheça mais sobre o emprensário à frente da Mormaii Fitness nesse espaço do FitBR News dedicado aos grandes nomes do mercado
Yara Achôa, Fitness Brasil
10/7/2025
“Quem é quem – os líderes do mercado fitness” é a seção do FitBR News dedicada a apresentar os protagonistas que impulsionam o setor de bem-estar e atividade física no país. A cada semana, destacamos a trajetória de líderes que estão moldando o presente e o futuro do mercado — com inovação, visão e uma boa dose de coragem empreendedora.
+ Fitness Brasil Expo: faça parte do maior evento de fitness, saúde e bem-estar da América Latina
+ Conheça e baixe gratuitamente o Panorama Setorial Fitness Brasil 2024
+ Siga a Fitness Brasil no Instagram
Nesta edição, o convidado é Enrico do Amaral Ferrari, CEO da M7 Gestão, empresa licenciada da Mormaii, que comanda três braços do ecossistema: a rede de franquias de estúdios, as lojas físicas e o e‑commerce oficial da marca. No grupo ainda existe uma holding de participações, a Equal (hub de Business Intelligence) e a AIA que turbina tudo com inteligência artificial. Com DNA empreendedor e uma história que passa pelo Pilates, o executivo compartilha sua visão sobre o crescimento dos estúdios, o papel da tecnologia na personalização e o futuro do fitness no Brasil.

Qual é o foco central do seu negócio?
O que diferencia a Mormaii não é um único produto, é a nossa personalidade. Nos Studios, desenvolvemos uma metodologia própria que mistura treinamento funcional, Pilates, Five Concept, cardio e agora um braço de recovery. Os equipamentos não são ligados na tomada, o treino é descalço e adaptado ao aluno – intensificamos ou recuamos conforme a necessidade. Nas lojas, reunimos mais de 40 licenças da marca, cada uma fabricada por especialistas. A nova geração de lojas traduz o DNA esportivo da Mormaii – muito além do surf – com produtos para corrida, triatlon, beach tennis e fitness, sempre guiados pelo mote “Sinta‑se Mormaii”. Livre, feliz e em movimento.
Como foi sua entrada no mercado de bem-estar e qual foi o ponto de virada na sua trajetória?
Meu DNA sempre foi o empreendedorismo – ter ideias e tirá‑las do papel. Comecei em bares e restaurantes, depois montei uma fábrica de móveis hospitalares que não vingou. Para salvá‑la, cruzei com o Pilates há 21 anos. Estando em Florianópolis, longe dos grandes centros, mergulhei cedo no digital (2005) e criei um elo direto entre fábrica e consumidor, entendendo de perto o impacto do Pilates nas pessoas. Quando surgiu a chance de cocriar o projeto Mormaii, foi um encaixe perfeito: queria um modelo franqueável, maior que o estúdio de Pilates, mas sem perder a conexão humana e o foco em resultados. A Mormaii já carregava esse estilo de vida. Então juntamos minha experiência à força da marca e chegamos ao que somos hoje – um negócio que respira movimento e proximidade com as pessoas.
Quais foram os grandes desafios e aprendizados ao longo do caminho?
Meu maior desafio é sempre o próximo, mas dois marcos moldaram quem somos:
1. Nomear nossa metodologia de Treinamento Integrado (TIM). Há 13 anos, escolhi “integrado” para criar um método vivo, que incorpora tudo o que surgir de bom. Foi arriscado na época, mas garantiu perenidade.
2. Virar franqueadora. Construir um sistema longevo exige gente muito competente antes mesmo de bater o break‑even. Investimos pesado sem receita proporcional, confiando 100 % na visão. Hoje colhemos a certeza: o modelo funciona, expandiu para lojas e e-commerce e continua centrado no cliente – no treino, no que veste e no que consome. É duro, mas é assim que se constroem negócios para décadas.

Como você enxerga as transformações recentes no mercado fitness e como a Mormaii tem se adaptado a elas?
O fitness brasileiro mudou de cara em duas frentes que caminham juntas:
1. Profissionalização em larga escala. Redes low‑cost capitaneadas por fundos, investidores, processos multinacionais e indicadores de altíssimo nível popularizaram a prática e elevaram a régua.
2. Explosão dos estúdios de serviço próximo. Segundo a Fitness Brasil, já são cerca de 70 mil estúdios contra 23 mil academias tradicionais — três vezes mais. Isso mostra uma tendência do brasileiro por experiências personalizadas e vínculo real com o professor.
Como a Mormaii navega? Aproveitamos o know-how que trago do Pilates para cravar um posicionamento focado em serviços direcionados. Nos estúdios Mormaii, o aluno treina descalço, os equipamentos não ligam na tomada e a metodologia TIM é viva: integra o que há de melhor no funcional, no Pilates, no Five Concept e agora em recovery. Investimos pesado em capacitação, BI e IA para que cada professor tenha dados na mão e entregue resultado concreto. Nós cuidamos da jornada completa: manter a pessoa ativa, conquistando performance, prevenção e bem-estar a longo prazo.
Quais tendências você acredita que vão ditar o futuro do fitness até 2026?
Vejo quatro vetores decisivos:
• Envelhecimento ativo — geração 50+ abraça a prática para manter autonomia.
• Virada jovem — a turma 18‑30 troca balada por endorfina, exigindo ofertas dinâmicas e ‘shareables’.
• Demanda por infraestrutura & recovery — mais praticantes geram mais lesões, impulsionando fisioterapia, Pilates e protocolos de recuperação.
• Personalização via dados — quem integrar BI, IA e toque humano dominará nichos.
Nosso posicionamento é: TIM como método vivo, IA no coração do atendimento e cultura sem pressão estética. Preparamos pessoas para fazer o que amam — do surf à caminhada — com intensidade na dose certa.
Existe um momento simbólico que represente sua jornada nesse setor?
O momento que simboliza nossa jornada é quando o ecossistema prova ser sustentável: franqueados abrindo novas unidades e se emocionando com histórias de alunos, colaboradores que saem e voltam porque sentem falta da cultura, parceiros que escolhem ficar mesmo com ofertas melhores. Quando todos os stakeholders prosperam, sabemos que construímos algo que faz sentido para além dos números.

Como você enxerga o Brasil no cenário global e qual o papel da Mormaii nesse contexto?
O Brasil caminha para ser grande exportador de know‑how em serviço. Enquanto mercados maduros buscam ‘reumanizar’ academias, nós já temos essa autenticidade. A Mormaii funciona como vitrine desse DNA: alia metodologia robusta, tecnologia de ponta e proximidade genuína, formando profissionais e modelos que podem rodar em qualquer lugar do mundo.
Para quem está começando a empreender, qual o principal conselho?
Personalize até o osso. Dados são vitais, mas a média não existe: crie para clusters e enxergue cada pessoa dentro deles. Quanto mais você estiver próximo do cliente — olhos nos olhos, perguntas certas — mais perene será o seu negócio.
Gostou? Compartilhe: