Desde os primeiros meses de vida até a velhice, o movimento tem papel essencial no desenvolvimento cognitivo, emocional e motor — e é a chave para uma vida com mais saúde, autonomia e bem-estar
Por Dilmar Pinto Guedes, colunista Fitness Brasil
17/7/2025
Quando me perguntam qual a melhor modalidade para iniciar a criança na prática esportiva, eu costumo responder que é a natação. Não porque, como se costuma dizer, é uma modalidade que trabalha todos os músculos, mas porque permite que a criança inicie na prática esportiva com alguns meses de vida. É difícil pensar em uma modalidade que não exija ficar em pé e se deslocar sobre o solo — e a criança começa a aprender a ficar em pé e caminhar aproximadamente após um ano de idade.
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O exercício físico deve fazer parte da vida do ser humano e deve ser iniciado o mais breve possível. O tema se torna extremamente importante nos tempos atuais, em que o estilo de vida favorece o sedentarismo — desde a infância até a idade avançada. Vale lembrar que a criança sedentária tende a se tornar um adulto sedentário, o mesmo acontecendo com a obesidade, que é considerada uma pandemia — inclusive a obesidade infantil.

A infância e a adolescência são fases extremamente sensíveis ao desenvolvimento cognitivo, emocional e físico (motor), e o exercício físico tem papel importante para potencializar tais aspectos. Entre os aspectos cognitivos, destacam-se a aprendizagem perceptivo-motora e conceitual; nos aspectos emocionais, o desenvolvimento das relações interpessoais e intrapessoais. Em relação aos aspectos físicos, a prática esportiva é fundamental para o pleno desenvolvimento das habilidades e capacidades motoras. Crianças com maior desenvolvimento motor tendem a se tornar adultos com maior aptidão física e, por consequência, melhor saúde e qualidade de vida. Nesse ponto, destaca-se o papel fundamental da Educação Física Escolar, que educa a mente e o corpo, tendo como principal ferramenta o exercício físico (movimento).
Na infância, deve-se dar atenção às capacidades coordenativas, integradas a estímulos que desenvolvam a percepção e a reação da criança — além de desenvolver também as capacidades condicionantes, como a força, a resistência, a velocidade e a flexibilidade. Vale lembrar que existem fases mais sensíveis ao desenvolvimento de cada uma dessas capacidades.
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Recentemente, tem-se valorizado o treinamento de força como principal aspecto da aptidão física relacionado à saúde e à capacidade funcional — inclusive para crianças. Particularmente, não costumo destacar uma capacidade física como a mais importante: o treinamento combinado, planejado e periodizado é o mais indicado para a saúde e a qualidade de vida. Mas vale aqui ressaltar o papel do treinamento de força, por muito tempo negligenciado e até contraindicado para crianças.

Enfim, a criança que treina tende a se tornar um adulto ativo e saudável e, se continuar treinando ao longo da vida, terá todos os benefícios refletidos na idade avançada. Entre eles: menor risco de sarcopenia, osteoporose, obesidade, doenças cardiovasculares e metabólicas, patologias neurológicas, além de maior capacidade funcional, independência e qualidade de vida.
“Não é possível garantir que o exercício físico te dará mais anos de vida, mas com certeza dará mais vida aos teus anos.”
Abraço e até a próxima.
Prof. Me. Dilmar Pinto Guedes Jr é mestre em Ciências (EPM- Unifesp), com especialização em Musculação e Treinamento Desportivo (UGF), especialização em Fisiologia do Exercício (CEFE-EPM-Unifesp), coordenador e docente da FEFIS-UNIMES, docente da CBF Academy, membro docente da Academia Brasileira de Treinadores (IOB-COB), proprietário do DKG – Centro de Treinamento, membro do EPIMOV (Unifesp), autor de dezenas de livros e artigos na área do Treinamento Físico
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