De uma queda, a um desmaio e até um infarto: tudo pode acontecer durante uma sessão de exercícios. Saiba como estar preparado
Yara Achôa, Fitness Brasil
10/10/2023
Um dos pilares fundamentais para um atendimento de excelência, é o grau de preparação de seu time. Em todas as áreas do negócio – da recepção, à equipe de limpeza, passando pelo marketing e professores – é primordial dedicar atenção especial aos treinamentos em geral. “Tais treinamentos, devem ser direcionados, ora para a especificidade de cada área, ora para um treinamento coletivo, uma vez que alguns processos dependem de uma atuação sincronizada de todo o time”, explica Paulo Jaouiche, advogado especializado no mercado de academias e profissional de Educação Física, onde atua como consultor.
Mas e diante de uma emergência – que pode ser uma queda, um desmaio, um infarto em plena academia –, sua equipe está preparada? “É preciso desenvolver um processo e implementá-lo de modo a envolver todos os integrantes do corpo de colaboradores. Qualquer uma destas pessoas tem que estar preparada para, ao se deparar com uma situação de acidente, saber como atuar, independentemente do grau de gravidade da ocorrência”, alerta Jaouiche.
Treinamento de primeiros socorros e plano de emergência
Em se tratando de treinamento de primeiros socorros, é preciso partir da premissa de que todos os colaboradores devem passar por esta experiência, mesmo aqueles que não irão atuar diretamente como socorristas. “O atendimento de um acidente nas dependências da academia, estúdio ou box, restringe-se unicamente às ações realizadas na vítima? Ou tão importante quanto isto é termos um plano de emergência bem elaborado? É justamente para responder estas questões que enfatizamos que os processos jamais podem ser tratados de forma separada. O treinamento de ambos deve ser simultâneo.”
Mas por que alguém que eventualmente não irá atuar como socorrista precisa participar do treinamento de primeiros socorros e plano de emergência? Segundo o especialista, esta pessoa terá outra função dentro da ação – seja na sinalização, buscando o material necessário, fazendo a ligação para um parente, acionando a ambulância, preenchendo um relatório, enfim, são inúmeras as tarefas. E todas elas devem ser descritas detalhadamente no plano de emergência, inclusive com o que cada um deve fazer diante do acidente.
Além disso, os gestores devem dar a máxima atenção a pontos cruciais:
– Seguir rigorosamente o que preconiza a legislação vigente sobre atestado médico, PAR-Q, ou qualquer outra providência que legalmente precise ser observada, quando da matrícula do aluno. Vale ressaltar que a legislação é diferente em cada município. Na falta de Lei Municipal, vale pesquisar a Lei Estadual. E na falta e ambas, no mínimo, submeter o aluno ao preenchimento do PAR-Q, ou anamnese.
– Ter desfibrilador (DEA) no estabelecimento, em local apropriado, além de todo o material de primeiros socorros (colar cervical, talas, ataduras, esparadrapo, etc). E importantíssimo: é preciso saber operar e treinar a utilização do desfibrilador
– Todos os que entram nas academia para treinar – alunos regulares, agregadores e também alunos que utilizam freepass e/ ou participam de aulas experimentais – devem preencher o PAR-Q ou anamnese.
– Criar na empresa uma cultura de educação voltada aos alunos (por meio de palestras, campanhas nas redes socias, na rádio interna, orientação dos profissionais de Educação Física, etc.) sobre a importância de se realizar periodicamente exames preventivos orientados por um médico.
– É importante ainda que se invista tempo para conversar com a equipe, comentando acidentes em academias que acabam parando na mídia, verificando se todos têm clareza de como agir diante em situações de emergência. “Não deixe para depois. Se você ainda não tem um plano de ação, elabore imediatamente e coloque-o em prática. Assim, além de passar a seus colaboradores e clientes maior segurança, você cuidará da imagem de negócio ou pelo menos minimizará danos de possíveis embates judiciais”, finaliza
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