Dedicar-se a exercícios de fortalecimento muscular, de 30 a 60 minutos por semana, pode reduzir significativamente o risco de morrer prematuramente por todas as causas, diz estudo
Uma nova análise global de 16 estudos realizados ao longo de três décadas sugere que levantar pesos, fazer flexões ou “jardinagem pesada” regularmente pode ajudar a reduzir o risco de morte prematura em até um quinto. O estudo, publicado no British Journal of Sports Medicine, foi conduzido por uma equipe de pesquisadores no Japão.
Descobriu-se que 30 a 60 minutos de treinamento de força por semana estão ligados a um risco 10% a 20% menor de morte prematura até por doenças cardíacas e câncer. A análise utilizou estudos com número de participantes variando de 4.000 a 480.000, com idade entre 18 e 97 anos.
“Falando de uma forma geral sobre os benefícios da musculação para a longevidade, um estudo clássico dos anos 1980 já mostrava que idosos que tinham limitações, quando submetidos a um treinamento de 16 semanas recuperavam força e mobilidade. Ou seja, a qualquer tempo, quando estimulado corretamente, o corpo responde. Mesmo que o indivíduo tenha 70, 75, 80 anos, se for dada a oportunidade, o corpo vai reagir”, afirma Mauro Guiselini, doutor em educação física e criador do curso Treinando o Idoso.
Segundo os autores do estudo japonês, o efeito do treinamento de força foi particularmente eficaz se combinado com exercícios aeróbicos. Envolver-se em atividades de fortalecimento muscular foi associado a um menor risco de mortalidade por todas as causas e doenças não transmissíveis (DNTs), como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e câncer de pulmão em particular.
Guiselini ressalta que o treinamento não mexe no potencial de vida, mas ajuda a manter a saúde e o bem-estar – reduzindo os riscos de doenças e complicações. ”O ser humano tem potencial genético de viver 120 anos. Mas fatores ambientais, entre eles o sedentarismo, podem levar à morte prematura. O exercício de forma regular diminui a chance de morrer mais cedo.”
Outra ponto que o especialista destaca é que o fortalecimento muscular tem impacto direto na saúde a partir do momento em que pode evitar ou minimizar as consequências da queda do idoso. “A pessoa debilitada e fraca tende a ter mais intercorrências. Ela cai e vai para a cama – e aí começa sua morte.”
Ele lembra ainda que existem remédios para quase tudo – mas não para “dar força nas pernas”, para “levantar-se da cadeira”. Ou seja, é preciso investir no treinamento de força para uma longevidade saudável e autônoma.
Para ver a pesquisa completa, intitulada Muscle-strengthening activities are associated with lower risk and mortality in major non-communicable diseases: a systematic review and meta-analysis of cohort studie acesse British Journal of Sports Medicine.
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